“Relembrando a Páscoa no Século XXI”, tal afirmação pode soar estranha aos nossos ouvidos, contudo, quando falamos da Páscoa estamos dizendo de uma tradição que transpassa séculos, cujo o objetivo principal é lembrar e é sobre esse “lembrar” que iremos falar hoje.
A primeira vez na Bíblia que lemos sobre esse ritual é no livro do Êxodo, livro que conta a história da escravidão e a libertação do povo hebreu das mãos dos egípcios e de Faraó, do capítulo 7 ao 12 é contado sobre as 10 pragas enviadas de Deus sobre os egípcios.
Todavia, algo interessante a ser observado é que aquela história ÉPICA, dá uma desacelerada em Êxodo 12:1-20 que é quando Moisés, O Legislador, instrui o que o povo deveria fazer durante a 10° Praga (A Morte dos Primogênitos Egípcios).
A Páscoa de Deus: A Libertação
“Disse Yahweh a Moisés e a Arão na terra do Egito: ‘Que este mês seja para vós o princípio dos meses; será o primeiro mês do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: No dia dez deste mês, que cada homem tome para si um cordeiro para cada família, um cordeiro para cada casa'” (Êxodo 12:1-3 KJA)
Quando estudamos a Etimologia de Páscoa vemos que ela é descendente da palavra Pessach, termo Hebreu para Passagem. A primeira instância se refere a “Passagem do Anjo do SENHOR no Egito”. Embora, é também atribuída a “Passagem dos Hebreus no Mar Vermelho” mais a frente, como um significado a Páscoa.
Não somente em Êxodo 12 como mais a frente em Deuteronômio 16 ,temos o profeta Moisés instruindo o povo judeu quanto a Páscoa e várias simbologias de extrema importância.
Páscoa Judaica
De acordo com Chabad.org:
“A festa de Pêssach {(Páscoa)} é celebrada durante oito dias no início da primavera em Israel, do dia 15 ao dia 22 do mês hebraico de Nissan. A data comemora a libertação dos judeus da escravidão no Egito.
Elimina-se todos os alimentos fermentados dos lares e estabelecimentos, e somente ingere-se matsá, pão ázimo. Nas duas primeiras noites de Pêssach a família é reunida para a realização do Seder quando a história do Êxodo é relatada na Hagadá.“
Sêder de Pessach
A Páscoa Judaica possui um elemento de extrema importância que é o Sêder, um jantar realizado no primeiro dia do Pessach, cujo objetivo é trazer a memória os ocorridos da libertação do Egito.
No Sêder, os elementos que o compõem são:
- Quatro copos de vinho.
- legumes mergulhados em água salgada.
- matsá
- ervas amargas, como alface romana, mergulhada em charosset (uma pasta de nozes, maçãs, peras e vinho).
- uma refeição festiva que pode conter sopa de frango e guefilte fish.
Cada elemento possui uma simbologia para que as futuras gerações sempre se lembrem do passado e das maravilhas que o Eterno fez aos filhos de Israel.
Jesus, Pessach e o Sêder
“A Festa dos Pães sem fermento, chamada Páscoa, estava se aproximando. E os chefes dos sacerdotes e mestres da lei procuravam um meio para matar Jesus, todavia tinham grande receio do povo.” (Lucas 22:1-2 KJA)
Alguns milénios se passaram e o povo Judeu permanecia firme a tradição. Todavia, graças a corrupção do homem Deus decide enviar seu filho Jesus a Terra, para que se cumprisse a promessa de II Samuel 7 e o Filho de Davi reinasse para sempre.
Em Lucas 22 Jesus decide reunir seus discípulos para que eles pudessem celebrar a Última Páscoa e que ele tivesse tempo para explicar o que haveria de acontecer.
Toda a reviravolta da história ocorre neste momento, pois Jesus enquanto estava a celebrar o Sêder começou a dizer:
“E, tomando um pão, havendo dado graças, o partiu e o serviu aos discípulos, recomendando: ‘Isto é o meu corpo oferecido em favor de vós; fazei isto em memória de mim’. Da mesma maneira, depois de cear, pegou o cálice, explicando: ‘Este cálice significa a nova aliança no meu sangue, derramado em vosso benefício.'” (Lucas 22: 19-20 KJA)
Por mais que agora consigamos entender relativamente bem tais palavras, isso fora algo sobrenatural aos discípulos, pois nesse momento Jesus estava a mudar completamente o significado da festa judaica mais sagrada.
A Nova Aliança
A partir desse momento todo aquele que crer que Jesus é o filho de Deus, se arrepender dos seus pecados e seguir ao Mestre, esse possuirá parte com Deus através da Nova Aliança.
A Festa da Páscoa para os cristãos é a mais pura simbologia de que todos podem estar com Deus novamente, voltar ao Édem.
A história da Páscoa que devemos contar aos nossos filhos ao celebrarmos não deve ser apenas do êxodo dos hebreus do Egito, mas a história de como Deus amou o mundo e que convida a todos a saírem do Egito e terem vida de paz com o Salvador, Filho de Deus.
No Velho Testamento a Páscoa simboliza:
“Através do cordeiro,
Yahweh salvou os israelitas
da escravidão do Egito“
Agora, no Novo Testamento a Páscoa simboliza
“Atráves de Jesus ,
Yahweh salvou o mundo
da escravidão do poder do pecado e da morte“
Conclusão
Relembrando a Páscoa no Século XXI; essa é a chave, que mesmo após tendo passado milhares de anos da Paixão e da Ressurreição de Cristo, nós prosseguimos praticando o ato de cear e de celebrarmos a Páscoa anualmente, visto que somos seres que esquecem e o principal objetivo da Páscoa sempre foi: LEMBRAR.
Cear dignamente é lembrar. Quando ceamos o fazemos “Em memória de mim”.
Lembremos não apenas da libertação do Egito, mas, principalmente lembremos da Paixão de Cristo e de sua ressurreição ao terceiro dia. Esse é o novo significado da Páscoa a nós cristãos.
Que sempre sejamos instruídos na palavra do Eterno, para conhecer mais sobre a sua vontade e quem ele é.
“Portanto, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice proclamais a morte do Senhor, até que Ele venha”. (I Coríntios 11: 26)
Fique Na Paz; Deus Te Abençoe!